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Uma pescaria icónica procura alcançar a sustentabilidade através da adoção de regras de gestão baseadas em todo o ecossistema para as populações de sardinha ibérica no Oceano Atlântico

 

  • Atualizar o modelo ecossistémico, incorporando o consumo de sardinha por predadores na avaliação das estratégias de gestão populacional.
  • Desenvolver um plano de gestão mais robusto e abrangente para todo o ecossistema.
  • Melhorar o envolvimento das partes interessadas, com o apoio de supervisão especializada.

Data de início: setembro de 2025

9,300 GBP

Bolsa de investigação para estudante

Beneficiário

Inês Rebolo Martins, doutoranda, Universidade de Vigo e Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA)

Pescaria

Pesca da sardinha ibérica com redes de cerco com retenção

O papel da sardinha no ecossistema

A sardinha (Sardina pilchardus) é um símbolo da Península Ibérica. Este pequeno peixe, rico em gordura, não só representa a história marítima da região e tem grande importância económica, como também é classificado cientificamente como uma espécie de baixo nível trófico ou «espécie chave» no ecossistema marinho do Atlântico.


As espécies chave são organismos que constituem a principal fonte de alimento para os predadores de níveis superiores na cadeia alimentar e cujo desaparecimento pode provocar o colapso do ecossistema. Por esse motivo, a gestão das populações de sardinha deve considerar as necessidades de todo o ecossistema para ser considerada sustentável.

A pesca da sardinha ibérica com redes de cerco com retenida é praticada por associações de pescadores portuguesas e espanholas na Península Ibérica. Atualmente, esta pescaria está a ser avaliada para a certificação segundo o Padrão de Pesca do MSC, que impõe requisitos mais rigorosos e preventivos às pescarias que capturam espécies de baixo nível trófico.

Para obter a certificação de sustentabilidade e ser aprovada na avaliação, a pescaria terá de adaptar o seu plano de gestão atual e desenvolver regras de controlo das capturas, baseadas em dados científicos robustos, que comprovem que as populações são pescadas em quantidades que não comprometem o equilíbrio do ecossistema.



Objetivos do projeto

Para integrar aspetos relacionados com o ecossistema no processo de avaliação da estratégia de gestão das pescas, a pescaria está a colaborar num projeto com cientistas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Para apoiar a pescaria na concretização dos seus objetivos de sustentabilidade, a doutoranda Inês Martins recebeu uma bolsa de investigação do Ocean Stewardship Fund (OSF) do MSC para o seu projeto. Esta investigação conta também com o apoio financeiro do retalhista Carrefour Itália e da marca de produtos do mar Delicius, através de uma doação ao OSF.

O projeto irá analisar especificamente a mortalidade natural da sardinha causada pela predação, aprofundando o conhecimento sobre o seu impacto ecológico e tendo em consideração o papel essencial da espécie no ecossistema.

Os dados recolhidos serão integrados na avaliação da estratégia de gestão das pescas e servirão de base para desenvolver estratégias de captura mais robustas e adaptadas a alterações ambientais e ecossistémicas. 

Os resultados do projeto contribuirão para assegurar que a abundância de sardinhas seja sustentável, tanto para as necessidades dos predadores como para as comunidades piscatórias ibéricas, cuja subsistência depende desta espécie.

“Este financiamento é entusiasmante porque me permite contribuir de forma significativa para o desenvolvimento de uma gestão da pesca baseada no ecossistema para as populações de sardinha ibérica. Este apoio é fundamental para a criação de um modelo de ecossistema com base científica e relevância política, representando uma oportunidade inestimável”

Inês Rebolo Martins


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